Como fazer uma cover: a vossa música favorita à vossa maneira
Como fazer uma cover de uma música que já existe? Temos algumas ideias para vocês.
Fazer uma cover não é tocar uma música igual à gravação original. É pegar numa canção que adoram, estudá-la ao detalhe e recriá-la com a vossa identidade. Pode ser uma versão fiel, mas também pode ser uma reinterpretação completa. E é aí que está o desafio — e a magia.
Mas como se pega no que existe e faz-se uma coisa nova? É isso que vamos descobrir.
Índice
O que é uma cover?
Porque é que vale a pena fazer covers
Como fazer uma cover: os passos essenciais
Cover vs. tocar a música como no original: qual é a diferença?
Covers que ultrapassaram os originais
Notas Finais
O que é uma cover?
Antes de mais, vamos definir o que é uma cover: é uma interpretação pessoal de uma música originalmente criada por outro artista.
Em vez de compor algo novo, pegam numa canção já conhecida e interpretam-na à vossa maneira. Podem mantê-la fiel ao original ou alterar o arranjo, o ritmo, o estilo ou até a letra (desde que respeitem direitos de autor).
Fazer uma cover é uma forma de prestar homenagem a uma música de que gostam, mas também uma oportunidade de mostrar criatividade e identidade musical. Um dos exercícios mais interessantes é pegar numa música de um estilo completamente diferente do que tocam e transpô-la para o vosso. Há até quem faça uma carreira inteira à conta disso. Já ouviram falar dos Nouvelle Vague?
Para muitos músicos, tocar covers é o primeiro passo para desenvolver a sua técnica musical, capacidade de arranjos, sensibilidade e confiança em palco.
Porque é que vale a pena fazer covers
Começar por fazer covers é uma das formas mais eficazes de evoluírem como músicos. Ajuda-vos a treinar o ouvido, perceber estruturas, explorar acordes, frases melódicas e técnicas novas. Mas quando passam da simples reprodução para a reinterpretação, começam a desenvolver a vossa voz musical.
Ao reimaginar uma canção, estão a fazer escolhas criativas: mudam o tom, o ritmo, a dinâmica ou até o estilo.
Se transformarem um tema pop num arranjo acústico mais intimista, estão a expressar algo vosso. E isso tem um impacto direto na vossa musicalidade. Aprendem a tocar melhor, mas também a pensar como músicos.
Todas as grandes bandas têm pelo menos uma cover no seu repertório, é uma forma de homenagear os músicos que admiram e as músicas que fazem parte da sua formação.
Guitarras Acústicas no Salão Musical
Como fazer uma cover: os passos essenciais
Mas como pegar numa canção de outros e fazê-la vossa? O primeiro passo é escolher bem a música. Pode ser um tema de que gostam muito, mas convém que esteja ao vosso alcance técnico. Se for demasiado difícil, o processo pode tornar-se frustrante. Se for demasiado fácil, não vos vai desafiar.
Depois, ouçam a música com atenção. Tentem perceber a estrutura: introdução, versos, refrão, ponte. Reparem nos pormenores que dão a identidade a essa canção: é o riff, a melodia, um som específico? Descubram os elementos que dão a identidade à canção, para ser reconhecível, por mais que a mudem.
Em seguida, aprendam a música tal como foi gravada. Tocar a versão original é importante para dominar os elementos base. A partir daí, pensem no que querem mudar. Vão fazer um arranjo diferente? Mudar o andamento? Tocar noutro estilo? Usar apenas guitarra e voz? As escolhas estilísticas dependem muito da vossa proficiência musical, e do som que gostam mais.
Gravem, ouçam e ajustem. Por vezes o que funciona na ideia não resulta na prática. Outras vezes, surgem soluções novas a meio da execução. Fazer uma cover é um processo dinâmico: sabendo a música de cor e salteado, de trás para a frente, permite-vos mudar tudo, ao vivo e em conjunto na sala de ensaio. Experimentem com os tempos, com os balanços e as tonalidades.
Os Scary Pockets gostam de fazer versões R&B/Soul de temas bem conhecidos.
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Cover vs. tocar a música como no original: qual é a diferença?
Tocar uma música como ela foi gravada é um excelente exercício técnico. Mas fazer uma cover vai mais longe. É uma forma de interpretação pessoal, onde têm liberdade para explorar e reinventar. Envolve mais criatividade, mais escuta e mais decisões. Além disso, para ouvir a música oiginal temos os discos. Ao vivo é sempre mais divertido ver uma interpretação única.
É como contar uma história que já conhecem, mas com as vossas palavras e o vosso tom. E quanto mais vezes fizerem isso, mais apurados ficam os vossos instintos musicais.
Transpor músicas para eras musicais diferentes mostram que uma boa canção é sempre boa, independentemente do contexto. Outra banda que ganha a vida a transportar canções entre estilos musicais com grande sucesso são os Post Modern Jukebox. Já pensaram como seriam os ABBA se tivessem aparecido nos anos 20?
Trompetes no Salão Musical
Covers que ultrapassaram os originais
Ao longo da história da música, houve versões de artistas que se tornaram mais conhecidas do que as originais. Aqui ficam alguns dos exemplos mais famosos:
- “All Along the Watchtower” – escrita por Bob Dylan, mas a versão de Jimi Hendrix é a mais célebre e influente.
- “Hallelujah” – Leonard Cohen escreveu-a, mas foi Jeff Buckley que lhe deu uma nova vida. Curiosamente, a versão de Jeff Buckley é uma cover de uma cover, de John Cale.
- “I Will Always Love You” – este original de Dolly Parton ficou eternizado por Whitney Houston. A versão de Whitney Houston tem uma modulação na parte final que destaca a sua incrível capacidade vocal, que não existe na canção original. É um excelente exemplo de como se pode criar um arranjo completamente diferente para fazer sobressair o melhor de um músico.
- “Hurt” – Trent Reznor escreveu Hurt para fechar um álbum do Nine Inch Nails, mas foi Johnny Cash que, já no fim da sua carreira, fez desta canção sofrida um sucesso. É um dos melhores exemplos de tornar muito pessoal o que foi feito por outra pessoa.
- “Respect” – escrita por Otis Redding, mas transformada num hino por Aretha Franklin, transformou-se num hino dos Direitos Civis americanos, nos anos 60.
Estas covers são marcantes porque trouxeram algo de novo. Estes músicos não se limitaram a copiar: interpretaram com personalidade e deram a sua própria vida a estas canções, como se fossem originais seus.
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Notas Finais
Se estão a aprender a fazer música, tocar covers ajuda-vos a crescer. Se já têm alguma experiência, desafia-vos a pensar fora da caixa. E se tocam ao vivo, é uma forma excelente de criar empatia com o público. Há quem vá a um concerto só para ouvir uma versão surpreendente de uma música que conhece de cor.
Acima de tudo, fazer covers é uma forma de ligar a vossa voz musical ao legado de quem veio antes. É prestar homenagem e, ao mesmo tempo, afirmar identidade.
No Salão Musical temos os instrumentos que precisam para tocar as músicas dos outros, as vossas, e as músicas de outros que fizeram vossas. Visitem a nossa loja online e vejam o que temos para vocês.
Foto Kyle Wong / Unsplash