4º Festival Trafaria Bluegrass - 12, 13 e 14 Setembro 2025
O Bluegrass está de regresso à Trafaria dias 12, 13 e 14 de setembro
O Bluegrass está de regresso à Trafaria dias 12, 13 e 14 de setembro, com seis bandas (cinco internacionais e uma em representação nacional) que irão atuar em vários espaços da vila da Trafaria nesta 4.ª edição, transformando novamente esta localidade da margem sul do Tejo numa vila musical.
O Trafaria Bluegrass é o festival pioneiro dedicado ao Bluegrass em Portugal e conta com a organização dos Recreios Desportivos da Trafaria e do artista André Dal. Este festival comunitário tem o apoio da Câmara Municipal de Almada e da Junta da União das Freguesias de Caparica e Trafaria, assim como de diversas entidades locais e internacionais.
O objetivo é apresentar o Bluegrass ao público nacional e abrir os espaços emblemáticos da Trafaria a novos visitantes.
Índice
Crying Uncle Bluegrass Band (Estados Unidos da América)
The Reuben Agnew Band (Irlanda do Norte)
Table for Two (Dinamarca/Bélgica)
Piotr Bułas & Garage Folks (Polónia)
Phoebe & The Banjo Boys (Portugal/Reino Unido)
Horários dos concertos e locais
Banjos Americanos no Salão Musical
O que é o bluegrass?
O Bluegrass é um género musical popular e tradicional norte-americano, com raízes na música folclórica das montanhas Apalaches. Apesar de poder ser conotado com a música country, as suas origens espelham muito mais as influências da música celta das ilhas britânicas e do jazz e blues afro-americanos.
O Bluegrass é tocado principalmente com instrumentos de cordas acústicos, como o banjo, a guitarra acústica, o bandolim, a guitarra ressonadora (dobro), a rabeca (violino) e o contrabaixo. Como no jazz, os instrumentos intercalam-se com a voz e revezam-se em solos e improvisos enquanto os outros fazem o acompanhamento.
As músicas são geralmente tocadas de forma alegre e enérgica, com letras que abordam os altos e baixos da vida quotidiana de forma bem-humorada.
Bilhetes Trafaria Bluegrass
Os concertos do Trafaria Bluegrass têm entrada livre. Basta aparecerem com boa disposição e os ouvidos bem abertos. A quase totalidade dos workshops e outras actividades são também de entrada livre.
Bandas Trafaria Bluegrass
Em 2025, o Festival Trafaria Bluegrass traz bandas que vão do Bluegrass puro a outras que misturam estilos tradicionais de várias partes do mundo. Conheça o alinhamento desta 4.ª edição:
Crying Uncle Bluegrass Band (Estados Unidos da América)
Com sede no norte da Califórnia, esta banda é amplamente reconhecida como uma das mais empolgantes jovens formações da música bluegrass acústica. O quarteto toca uma mistura única de bluegrass tradicional, Dawg (o estilo do lendário David Grisman), jazz e originais modernos.
Fundada em 2017 pelos irmãos prodígios Miles e Teo Quale, juntam-se a eles o baixista Andrew Osborn e o virtuoso de guitarra flatpick Ian Ly. Apesar da tenra idade, os músicos, já deixaram a sua marca: em 2024 fizeram a sua estreia no Grand Ole Opry, e em 2023 venceram o prémio Momentum Band of the Year da International Bluegrass Music Association, tendo inclusive atuado na cerimónia de indução de David Grisman no Hall da Fama do Bluegrass.
The Reuben Agnew Band (Irlanda do Norte)
A Reuben Agnew Band é um dinâmico quarteto de bluegrass que combina influências tradicionais com um estilo próprio e distinto. A sua musicalidade refinada e som autêntico trazem uma nova abordagem ao género, cheia de energia e originalidade.
A banda é formada por Reuben Agnew (guitarra/voz), Benjamin Agnew (contrabaixo/voz), Niall Murphy (violino) e James Henry (banjo). Todos já andaram em digressão individualmente pela Irlanda, Reino Unido, EUA e Europa, e só recentemente se reuniram para dar vida às composições originais de Reuben num projeto comum.
The New West (Países Baixos)
Recém-chegados ao bluegrass, os The New West surpreenderam ao dominar instrumentos tradicionais (como banjo e bandolim) em poucos meses, fazendo com que o grupo ganhasse notoriedade dentro e fora de Roterdão.
Os quatro elementos são amigos de longa data que estudaram juntos no Conservatório de Roterdão e partilham palcos há mais de uma década. Cada um tem uma carreira musical variada e colaboraram com artistas holandeses conceituados (Douwe Bob, Tim Knol, Bluegrass Boogiemen, Corrie van Binsbergen, Frédérique Spigt, entre outros), trazendo essas influências para o som da banda.
É preciso ser americano para tocar este estilo de música de forma autêntica? Venha ouvir a resposta. Espera-se um verdadeiro fogo-de-artifício de banjo, violino, bandolim, guitarra e baixo vindo destes músicos talentosos.
Table for Two (Dinamarca/Bélgica)
Table for Two é o projeto da dupla Signe Borch (da banda The Tenderhearted), e Thierry Schoysman (das bandas Rawhide e The Sons of Navarone).
O que começou em maio de 2016 como uma maratona de jam session de bluegrass tradicional – apenas guitarra, banjo e duas vozes – evoluiu para um repertório bastante variado. Com ingredientes de vários estilos e sempre servidos com harmonias a duas vozes, o alinhamento do duo foi enriquecido com composições originais para dois bandolins, em estreita harmonia, claro.
Piotr Bułas & Garage Folks (Polónia)
Piotr Bułas & Garage Folks mistura o som autêntico do bluegrass americano com a energia e paixão da cultura musical polaca. Depois de se apresentar em grandes festivais de música country e folk na Polónia (como Mrągowo, Wolsztyn e Lesko) e até na Suécia, a banda também cativou o público em palcos mais pequenos, ganhando elogios pelas suas performances enérgicas e excelente musicalidade.
O coração do grupo é Piotr Bułas, figura importante na cena bluegrass da Polónia, sendo não só um músico exímio, mas também um luthier de renome. A sua oficina, Bułas Banjos, produz banjos, bandolins e guitarras de alta qualidade tocados por músicos em toda a Europa e nos EUA. Apesar da formação atual tocar junta há apenas cerca de dois anos e meio, os Piotr Bułas & Garage Folks cresceram rapidamente, oferecendo atuações ao vivo inesquecíveis que combinam temas tradicionais de bluegrass com composições originais, tudo com uma energia contagiante e harmonias vocais coesas.
Phoebe & The Banjo Boys (Portugal/Reino Unido)
Os Phoebe & The Banjo Boys são um quarteto oriundo da Sertã, em Portugal. A sua paixão é a música das montanhas Apalaches da América do Norte, tocada com violino, banjo, guitarra, contrabaixo e muito sapateado tradicional norte-americano. Prepare-se para ver e ouvir um animado violino acompanhado de clogging (sapateado percussivo tradicional), duelos de banjos, linhas de contrabaixo ao estilo rockabilly e uma dança cheia de ritmo que vão pôr toda a gente a vibrar.
Horários dos concertos e locais
Os concertos irão decorrer por cinco palcos diferentes ao longo de três dias, e serão acompanhados por outras actividades. Algumas das bandas actuam mais do que uma vez, caso queiram repetir a experiência ou não possam estar presentes nos três dias.
Horário dos concertos do Trafaria Bluegrass 2025
Os palcos estão espalhados por alguns espaços icónicos Trafaria, pelo que é também uma excelente oportunidade para conhecer esta simpática vila:
- Palco Trafaria: fica no Largo da República, junto ao Mercado Municipal, Igreja e Biblioteca da Junta de Freguesia da Trafaria.
- Palco Presídio: este palco tem como cenário o Presídio da Trafaria, parte do património histórico da vila, que serviu de espaço de quarentena para marinheiros doentes e, mais tarde, como presídio militar.
- Palco SRMT: situada mesmo no centro da Trafaria, a Sociedade Recreativa Musical Trafariense foi fundada em 8 de maio de 1900, alberga um Conservatório de Música e uma Banda Filarmónica.
- Palco Casino: Outra instituição emblemática da Trafaria vai receber um dos concertos deste festival. O Recreios Desportivos da Trafaria, RDT Casino, é uma coletividade local com 83 anos de história.
É uma excelente oportunidade para conhecer por dentro este edifício, construído em 1906. Serviu como casa de recreio e cultura para os veraneantes entre os anos 40 e 60, e pelo palco do seu salão já passaram grandes nomes da música.
- Palco Igreja: Este palco muito especial abre as portas sábado, depois da missa das 18h. É um dos espaços mais intimistas e envolventes deste festival.
- Palco Poço Novo: um dos objetivos deste festival é levá-los a descobrir as pérolas escondidas da Trafaria. O Largo do Poço Novo é um espaço pequenino e familiar onde, em tempos, houve uma fonte que fazia deste local um espaço de convívio para as gentes da terra. Desta vez, está preparado para receber os fãs do bluegrass.
- Coreto: No coreto da Trafaria não há concertos, mas há muita música e eventos paralelos ao festival: workshops de instrumentos musicais, artesanato, comércio local, actividades para crianças e é também o ponto de encontro para conhecer os avós do mar.
Como terra pacata, será muito fácil circular pela Trafaria a pé, já que os palcos estão todos apenas a alguns minutos de distância uns dos outros.
Mapa dos palcos do Trafaria Bluegrass 2025
Outras Actividades
Durante os 3 dias do festival decorrem jam sessions espontâneas por toda a Trafaria – algumas na rua, outras em espaços fechados como o Casino da Trafaria. Estas jams acontecem com músicos das bandas e músicos locais e, tal como na edição anterior, podem ainda aparecer outros músicos estrangeiros só para se juntarem a elas. Se passear pela vila (a zona ribeirinha é um bom palpite), encontrará certamente uma ou mais jams a decorrer. Junte-se para tocar ou apenas para ouvir – garantimos que se vai divertir!
Para além das jams, o festival oferece também várias animações comunitárias e atividades culturais. Haverá teatro de fantoches com a “Amiga Tininha”, sessões de histórias infantis “Azul, sempre azul!”, construção de uma escultura comunitária com materiais reciclados ao longo do festival, e o já referido espaço “Avós & Netos do Mar” no coreto, que convida pessoas de todas as idades a partilhar conhecimento e amor pelo mar. Em cada canto da Trafaria, a comunidade local e os visitantes juntam-se para celebrar não só a música, mas também a cultura e o convívio.
Se toca algum instrumento, pode também aproveitar os workshops que vão decorrer no Casino a partir da manhã de sábado. Os instrutores destes workshops são músicos das bandas participantes, e o objetivo é ensinar os rudimentos do bluegrass nos diversos instrumentos, destinado a músicos iniciantes ou pouco experientes, num ambiente amistoso e descontraído. (Os horários dos workshops estarão disponíveis no programa completo ou podem ser consultados no Casino durante o festival.)
Como nas edições anteriores, haverá ainda atividades pensadas para dar a conhecer a Trafaria aos visitantes do festival – desde peddy papers e jogos tradicionais de rua até visitas guiadas aos principais pontos históricos da vila (em parceria com o Centro de Arqueologia de Almada). Informe-se no Casino para saber quais as atividades previstas e não perca a oportunidade de descobrir as maravilhas deste lado da margem sul.
Caso possa e queira ajudar o festival a manter-se como um evento gratuito, pode contribuir através da campanha de crowdfunding na página de apoio do Trafaria Bluegrass Festival, ou adquirindo alguns artigos de merchandising oficial do festival. As bandas presentes também costumam trazer CDs e outro material para venda – ao comprar a sua música e produtos, estará a apoiá-los diretamente e a incentivar a continuação da sua atividade musical.
Por fim, o melhor mesmo é visitar o site oficial do Trafaria Bluegrass e assinar a newsletter para ficar a par de todas as novidades e eventos que irão decorrer durante o festival. Não perca esta festa única – nos dias 12, 13 e 14 de setembro a Trafaria espera por si de braços abertos e muita música!
Instrumentos do bluegrass
Os instrumentos tradicionais do bluegrass são comuns a outros estilos, mas, numa combinação específica, é difícil não soar a este género musical tradicional dos Estados Unidos.
Banjo
O som que mais se destaca será provavelmente o do banjo. Existem diversas variações deste instrumento, que está presente em praticamente todas as culturas musicais do mundo, mas no bluegrass é o banjo de cinco cordas que tem a primazia.
Banjos Americanos no Salão Musical
Dobro
O Dobro é um tipo de guitarra resonator, que usa uma cone metálico dentro da caixa de ressonância para ter maior projecção sonora. O nome Dobro é uma marca registada da Gibson Guitar Corporation, mas é frequentemente usado para se referir a qualquer guitarra resonator.
O som do Dobro é único e semelhante ao de um banjo graças ao referido cone metálico que amplifica as vibrações das cordas.
O Dobro pode ser tocado de várias maneiras, mas a técnica mais comum é o slide. O slide é um tubo de metal ou vidro que se usa na mão esquerda ou na mão direita para deslizar sobre as cordas, criando um efeito de vibrato.
A técnica do slide é frequentemente usada em blues e jazz, dois gêneros musicais que se originaram no sul dos Estados Unidos, e também no bluegrass.
Violino
O violino está presente nas tradições folk de origem europeia que influenciaram o bluegrass. Fácil de transportar, foi levado por migrantes que o incorporaram no folclore norte-americano. Existem violinos a preços muito acessíveis se quiserem começar a aprender a tocar bluegrass ou outro estilo tradicional.
Violinos no Salão Musical
Guitarra Acústica
A guitarra acústica fornece o suporte harmónico e rítmico ao bluegrass. Ao contrário do que acontece em outros estilos, a guitarra assume um papel mais discreto- mas fundamental - no bluegrass, mas é também um veículo para o virtuosismo e improvisação.
Guitarras acústicas folk cordas aço no Salão Musical
Contrabaixo
O coração do bluegrass bate ao ritmo da pulsação do contrabaixo. Este instrumento, que normalmente associamos ao jazz, é o responsável pelo andamento nos temas do bluegrass, dando-lhe o tom atrevido deste estilo.
Contrabaixos no Salão Musical
Aproveitem esta oportunidade de ouvir Bluegrass ao vivo na simpática vila da Trafaria, e passem um fim de semana cheio de música e diversão. Vão ser três dias cheios de música e atividades para músicos e não só, e também para famílias.
Descubram o Bluegrass nas ruas da Trafaria de 12 a 14 de Setembro.