Tipos de tremolo de guitarra: Fender, Bigsby e Floyd Rose explicados
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Tipos de tremolo de guitarra: Fender, Bigsby e Floyd Rose explicados

Publicado por2025-10-30 por 12
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Descubram as diferenças entre os sistemas de tremolo Fender, Bigsby e Floyd Rose. História, funcionamento, guitarras e músicos que os tornaram lendários.

Poucas coisas mudaram tanto a história da guitarra elétrica como o tremolo. Com esta simples alavanca, é possível alterar a tensão das cordas e criar variações subtis de afinação, produzindo o famoso efeito de “vibrato” que dá vida a solos, acordes e melodias.

Embora o termo “tremolo” seja tecnicamente incorreto (em áudio, significa variação de volume), acabou por se impor no vocabulário guitarrístico. E, desde os anos 50, três sistemas definiram gerações inteiras de guitarristas: Fender, Bigsby e Floyd Rose. Cada um com a sua história, som e personalidade.

Das ondas sonoras do surf rock ao twang do country, dos vibratos dos blues aos dive bombs de estilos mais pesados, o som da barra de tremolo está presente em todos os estilos que têm uma guitarra que usa um. Venham descobrir as suas origens.

Índice

O que é o sistema de Tremolo?

Quando foi inventada a barra de tremolo?

Tremolo Fender — Versatilidade e inovação

Tremolo Bigsby — O charme vintage

Tremolo Floyd Rose — Precisão e potência

Fender, Bigsby ou Floyd Rose? As diferenças que contam

Conclusão

O que é o sistema de Tremolo?

O sistema de tremolo de guitarra é um mecanismo que permite variar a tensão das cordas e, consequentemente, a sua afinação. O mecanismo está instalado na ponte da guitarra, onde assentam as cordas, e consiste numa alavanca (chamada de braço de tremolo, “whammy bar” ou "alavanca de vibrato") que altera a posição da ponte.

O sistema é equilibrado por molas internas localizadas na parte traseira do corpo da guitarra, que permitem à ponte voltar à posição original quando a alavanca é solta.

O som resultante pode ser controlado ritmicamente, num efeito de vibrato, ou como um bend coletivo das cordas. Alguns sistemas permitem subir a nota em vez de descer. Isto permite uma maior expressividade e dinâmica, e ajudou a definir o som de alguns estilos musicais.

Graças às características técnicas da guitarra elétrica e dos seus sistemas de amplificação e efeitos, o potencial desta ferramenta expressiva ganha outra dimensão e permitiu desenvolver uma variedade surpreendente de técnicas e sons.

Quando foi inventada a barra de tremolo?

O primeiro sistema de tremolo ou whammy bar produzido comercialmente foi o Vibrola de Doc Kauffman, que registou a patente em 1929. Este dispositivo antecede o Bigsby em mais de uma década e equipou as guitarras elétricas “Spanish” da Rickenbacker/Electro no final dos anos 1930.​

No entanto, o primeiro vibrato de ampla adoção e fiabilidade prática em produção foi o sistema Bigsby, criado por Paul Bigsby no fim dos anos 1940. Aliás, este sistema surge depois de um pedido do guitarrista Merle Travis para “consertar” um Kauffman Vibrola que desafinava. Travis, um dos músicos mais populares da época, precisava de um vibrato dócil, musical e que mantivesse a afinação de forma mais estável do que o sistema de Kauffman

Paul Bigsby decide desenhar uma nova solução e o primeiro Bigsby surge para Travis em 1951 já na forma que se tornou o padrão para este design. É o primeiro vibrato com grande sucesso comercial e fiabilidade prática alargada, montado em inúmeras guitarras, como as Gretsch, Gibson, Rickenbacker, etc. Vejam Travis com a sua guitarra de personalizada a usar o sistema de Bigsby.

O Bigsby passou a equipar archtops e semi‑hollows de fábrica ou como uma adição aos modelos que não estavam preparados para ter um sistema de vibrato, sem necessitar de novas cavidades. Torna-se o som do rockabilly, country e rock seminal, pelas mãos de Chet Atkins ou Duane Eddy.

Os sistemas de Kauffman e Bigsby estavam pensados para guitarras hollow/semi-hollow body, e quando Leo Fender cria a sua Stratocaster de corpo sólido, decide instalar o “Fender synchronized tremolo” , integrando a ponte e a tailpiece num único conjunto articulado que bascula sobre parafusos, reduzindo a fricção e melhorando o retorno à afinação normal. É preciso dizer que Kauffman e Fender foram, entre 1945 e 1947, sócios na K&F (Kauffman & Fender), fabricando lap steels e amplificadores.

E Leo Fender e Paul Bigsby, na altura em que Leo visitava também a garagem/estúdio de Les Paul, discutiram sistemas de tremolo para serem aplicados nas novas guitarras de corpo sólido, o que prova que a ideia andava no ar entre este grupo de inovadores.

Mas vamos conhecer melhor os três sistemas de tremolo mais famosos do mercado, e as suas características.

Tremolo Fender — Versatilidade e inovação

O tremolo da Fender nasceu em 1954, com a mítica Stratocaster criada por Leo Fender. O objetivo era simples: oferecer aos guitarristas um sistema que permitisse pequenas variações de afinação sem comprometer a estabilidade geral.

A ponte flutuante da Stratocaster utiliza um conjunto de molas internas que permitem que a placa se mova quando se aciona a alavanca. Este design tornou-se um marco da engenharia musical, capaz de produzir vibratos suaves e expressivos, perfeitos para blues, rock e pop.

O som do tremolo Fender é inconfundível: fluido, musical e controlado. É o som de Jimi Hendrix, Jeff Beck, Eric Clapton e David Gilmour, guitarristas que transformaram esta ponte num símbolo de expressão moderna. Jeff Beck foi, aliás, um dos guitarristas que soube utilizar este recurso de forma mais expressiva.

Apesar de ser relativamente estável, o tremolo Fender exige uma boa afinação e uma configuração equilibrada de molas. É ideal para quem quer explorar o vibrato natural da guitarra sem entrar em técnicas mais extremas.

Guitarra
Elétrica Fender Player Strato MN Polar White no Salão Musical

Guitarra Elétrica Fender Player Strato MN Polar White no Salão Musical

Tremolo Bigsby — O charme vintage

O Bigsby Vibrato foi criado nos anos 40 por Paul Bigsby, inicialmente para guitarras lap steel. A sua engenharia simples, baseada num eixo rotativo e numa mola robusta, oferece um vibrato suave e musical que rapidamente conquistou guitarristas de jazz, country e rockabilly.

O Bigsby não foi feito para “mergulhos” de afinação, mas sim para ligeiros movimentos que adicionam calor e elegância ao som. É o tipo de vibrato que se sente em cada nota — um efeito que balança, mas não se impõe.

Este sistema ficou associado a guitarras icónicas como as Gretsch 6120 e Gibson ES-295, nas mãos de músicos como Brian Setzer, Scotty Moore e Duane Eddy. O resultado é um som com alma vintage, perfeito para estilos onde o feeling e o controlo valem mais do que a força bruta. Ou para embelezar inícios e finais, como mostra Setzer neste vídeo.

Visualmente, o Bigsby é inconfundível. O seu aspeto retro continua a ser um dos grandes atrativos para guitarristas que valorizam tanto o design clássico como o timbre quente e orgânico.

Guitarra
Elétrica Gretsch G2420T Streamliner Hollow Body com Bigsby Havana Burst no Salão
Musical

Guitarra Elétrica Gretsch G2420T Streamliner Hollow Body com Bigsby Havana Burst no Salão Musical

Tremolo Floyd Rose — Precisão e potência

Quando Floyd D. Rose desenvolveu o seu sistema nos anos 70, o mundo da guitarra mudou para sempre. Os guitarristas de rock e metal queriam liberdade total para usar a alavanca sem desafinar o instrumento e o sistema Floyd Rose trouxe a solução definitiva.

O segredo está no sistema de dupla fixação: uma na pestana e outra na ponte. Esta engenharia impede que as cordas deslizem e mantém a afinação estável, mesmo em mergulhos radicais (“dive bombs”) ou subidas dramáticas de tom.

O Floyd Rose é uma ponte flutuante de alta precisão, ideal para estilos técnicos e agressivos. É o sistema preferido de guitarristas que redefiniram o virtuosismo moderno neste instrumento como Eddie Van Halen, Steve Vai, Joe Satriani e Dimebag Darrell.

Apesar da complexidade na afinação e manutenção, o Floyd Rose oferece uma expressividade sem rival. É o tremolo para quem quer ir ao limite da técnica e do som.

Joe Satriani demonstra as suas técnicas favoritas de whammy bar que o Floyd Rose permite.

Guitarra
Elétrica Ibanez KIKO10BP TGB Transparent Gray Burst no Salão Musical

Guitarra Elétrica Ibanez KIKO10BP TGB Transparent Gray Burst no Salão Musical

Fender, Bigsby ou Floyd Rose? As diferenças que contam

Os três sistemas partilham o mesmo princípio - variar a tensão das cordas - mas o modo como o fazem define a sua identidade:

  • O Fender é o mais versátil. É ideal para blues, rock e pop, oferece suavidade e controlo, com uma sensação natural sob os dedos.
  • O Bigsby é o mais subtil. O seu charme vintage conquista quem procura elegância, calor e um som com alma clássica. E é uma peça de equipamento que adiciona um estilo inconfundível a qualquer modelo.
  • O Floyd Rose é o mais preciso e radical. Garante estabilidade absoluta e liberdade total para efeitos extremos.

Cada um destes sistemas reflete uma época, um som e uma filosofia de tocar guitarra. A escolha certa depende do vosso estilo, do tipo de guitarra e da forma como querem expressar-se musicalmente.

Mas não são os únicos tipos de tremolos de guitarra que existem. Desde o Vibrola até hoje, foram várias as versões deste sistema. Se tiverem meia hora para perder, este vídeo explora os mais utilizados e ainda explica um pouco da história destes sistemas.

Conclusão

O tremolo é mais do que um acessório: é uma extensão da vossa expressão musical.
Do toque fluido de uma Stratocaster ao vibrato vintage de uma Gretsch ou à precisão técnica de uma guitarra com Floyd Rose, cada sistema oferece uma forma única de dar vida às notas.

Experimentem, comparem e descubram qual deles se adapta ao vosso som. No fim, o melhor tremolo é aquele que vos inspira a tocar todos os dias. Se estão a pensar explorar o som do tremolo, descubram os modelos de guitarras elétricas disponíveis no Salão Musical, com opções para todos os estilos e níveis de experiência.

Foto Nestor Mehanikov / Unsplash
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