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Destruição sonora: a distorção na guitarra

Publicado por2018-11-12 por 6317
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Não há rock sem distorção, sendo talvez a característica principal que define o género. Desde Chuck Berry a abrir o seu Johnny B. Goode aos riffs do Tom Morello com os Rage Against The Machine, a distorção é o factor estético que definiu o som da guitarra no rock e seus derivados.

Não estamos a brincar quando comparamos distorção a destruição. A distorção não surgiu apenas da sobrealimentação violenta do sinal limpo da guitarra mas também da destruição de equipamentos de amplificação, às vezes de forma muito pouco acidental. Vamos conhecer esta história cheia de abusos e instrumentos cortantes.

Não há rock sem distorção, sendo talvez a característica principal que define o género. Desde Chuck Berry a abrir o seu Johnny B. Goode aos riffs do Tom Morello com os Rage Against The Machine, a distorção é o factor estético que definiu o som da guitarra no rock e seus derivados.

Inicialmente, as guitarras só tinham o seu som distorcido aumentando o volume dos amplificadores a válvulas, que saturavam de tal maneira que o som saía sujo e violento. Se para alguns isto era uma aberração, para outros isto foi uma oportunidade de tornar o seu som mais agressivo e diferente. Reza a lenda que o primeiro distorcedor consciente foi um guitarrista country chamado Junior Barnard, que esticou os limites do seu material até conseguir obter o primeiro overdrive da história, nos anos 40. Ou seja, empurrou o sinal da sua guitarra para além dos limites da onda criada originalmente pelo amplificador, quebrando-os.

Barnard inspirou outros guitarristas a procurar esse som agressivo e bem cozinhado pelas válvulas no limite, e Sam Phillips, o homem que nos apresentou Elvis Presley na sua Sun Records,  estava atento quando um amplificador estragado antes de uma sessão de gravação em 1951 lhe deu o som para o Rocket 88, considerado por muitos o primeiro tema rock’n’roll. A ideia já lá andava e Phillips, como pioneiro que era, usou-a e mudou o mundo para sempre.

Mas se o som natural da guitarra estava a ser destruído por acidente por alguns, houve outros que destruíram o seu equipamento de propósito para fazer mais barulho. Link Wray furou o cone do seu amplificador com um lápis para obter o efeito que podemos ouvir numa das faixas mais icónicas do rock’n’roll, Rumble. As mentalidades da altura acharam o som tão agressivo que decidiram proibir a música de passar na rádio, a bem da paz social.

Uma violência, não acham?

Na sequência de “actos criminosos perpetrados contra equipamentos de som”, Dave Davies dos Kinks pegou numa lâmina de barbear e cortou estrategicamente o seu amplificador para poder obter aquela textura de fazer as meninas tapar os ouvidos em histeria (ou horror) na You really got me now. Se alguma vez vos perguntarem porque é que os Kinks são tão importantes para a história da música popular, podem responder ”vandalismo”.

Mas como a maioria dos músicos não se podia dar ao luxo de andar a molestar o material, houve um senhor que pegou num circuito avariado de um amplificador que estava a gerar um ruído incómodo para os vizinhos, mas muito atraente para roqueiros, e recriou o efeito. Colocou-o numa caixa com um botão on/off em cima, e deu ao mundo o primeiro pedal de distorção, em 1962: o  Maestro FZ-1 Fuzz-Tone, da Gibson. Sabem quem é deu a esse pedal para se tornar um ícone da guitarra elétrica? Keith Richards, com o riff inicial da Satisfaction.

O mercado parecia estar a pedir mais pedais do género, e mais artistas estavam a usá-los para elevar o som distorcido da guitarra de anomalia sonora a uma forma de arte. E o maior deles todos foi Jimi Hendrix, que pegou no potencial dos amplificadores e nos pedais que apanhava e rebentou com as escalas, as mentes e os ouvidos de toda a gente que levou de chofre com o seu som.

Depois de Hendrix, o céu deixou de ser o limite, e os otorrinos começaram a ter maior procura. Jimmy Page com os Led Zeppelin pegou nessa herança para criar alguns dos riffs mais incríveis de todos os tempos, assim como Pete Townshend, Ritchie Blackmore, Toni Iommi, e tantos outros, que fizeram do som agressivo da guitarra o standard para o rock, punk, metal, e todos os outros géneros musicais que o usam.

Conhecem outros momentos em que a distorção foi importante para a história da música? Deixem o vosso feedback na caixa de comentários (esta foi boa, não foi?).


Para não andarem a vandalizar o vosso equipamento em busca do som perfeito, vejam os amplificadores e pedais de efeitos que temos no Salão Musical de Lisboa.

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