Salão Musical de Lisboa Loja de instrumentos musicais desde 1958
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Instrumentos para canhotos

Publicado por2020-03-02 por 6520
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Já imaginaram entrar numa loja de música pela primeira vez e todos os instrumentos em exposição estarem “ao contrário”?

Já imaginaram entrar numa loja de música pela primeira vez e todos os instrumentos em exposição estarem “ao contrário”? Ou alguém numa festa com guitarras pedir-vos para mostrar as vossas capacidades musicais mas as cordas estão numa ordem diferente? É frustrante, mas essa é a vida dos canhotos.

O mundo está feito para destros. São a maioria da população e as maiorias normalmente dominam. Por superstição, má informação ou preconceitos irracionais, muitos canhotos tiveram que esconder a sua diferença de capacidade motora. Segundo o professor de psicologia britânico Chris McManus, no seu livro intitulado “Mão direita, mão esquerda”, os canhotos são mal vistos há milénios, com provas desse preconceito “desde que os homens usam a linguagem", há 100 mil anos ou mais.

Cientificamente falando, destros e os canhotos diferem numa questão genética mínima que faz toda a diferença no controle motor fino da mão, que lhes permite uma maior coordenação e destreza (estão a ver o preconceito na linguagem?) num ou noutro hemisfério do corpo.

Na música, a maioria dos instrumentos são feitos para destros, porque são a maioria do mercado. Felizmente, graças à economia global e menores custos de produção, é mais fácil encontrar instrumentos indicados para músicos esquerdinos, sem agravamento dos custos.

Mas subsistem algumas dúvidas e ideias erradas sobre ser canhoto e músico.

Instrumentos de cordas

“Para um canhoto tocar guitarra, basta só trocar as cordas”

Não é bem assim. Mesmo uma guitarra clássica, que parece ser perfeitamente simétrica, precisa de ajustes quando adaptada de direitos para esquerdinos: é preciso virar o pente e o cavalete, para que os entalhes correspondam à largura das cordas.

Numa acústica de cordas de aço o cavalete está num ligeiro ângulo, para uma melhor intonação, o que não pode ser alterado senão recorrendo a uma operação delicada. E se tiver um formato cutaway, o recorte torna-se um bocado inútil para o guitarrista esquerdino.

Nas elétricas, os botões e entradas de jack estão colocadas na parte de baixo da guitarra. Se virarem o instrumento de pernas para o ar, irão interferir na acção da mão que faz o ritmo. E se os pickups foram configurados para captar mais sinal de graves ou agudo, irão precisar de alguma afinação.

Nos baixos a situação é semelhante, com a agravante que, numa disposição como a do Fender Precision, não só têm um formato desigual como os captadores estão dispostos de forma assimétrica.

Isto nunca impediu nenhum canhoto de o fazer. Jimi Hendrix é o maior exemplo de todos, com a sua imagem icónica a tocar uma Fender para destros.

Outros como Dick Dale, aprenderam a tocar com as cordas ao contrário. Mas as dificuldades não se restringem ao rock’n’roll.

A teoria da conspiração na música clássica

Na música clássica, os músicos são formados para tocar à direita. Um grande exemplo são os violinistas, mas é tudo por questões de segurança. Já imaginaram o perigo que era ter arcos a agitarem-se furiosamente em direções opostas numa secção de cordas de uma orquestra? O “Inverno” de Vivaldi acabaria em segundos com músicos tombados e lesões oculares graves.

Na realidade, instrumentos de arco clássicos como violinos ou violoncelos exigem uma coordenação superior da mão esquerda, pelo que existe uma teoria que defende que esses instrumentos são originalmente feitos por esquerdinos para esquerdinos. Essas teorias valem o que valem, mas….

Outros instrumentos complicados

Os bateristas são muito ciosos do seu material, e pouco amigos em deixar tocar na sua bateria perfeitamente configurada. Menos os canhotos. Como têm que inverter a configuração da bateria, desde os pratos de choque à posição da tarola, sem falar da ordem dos timbalões e dos restantes pratos, até se divertem a ver o ar desorientado de quem se senta no banco e descobre que está tudo do lado oposto do que deveria estar. Por isso, se um baterista for demasiado simpático em deixar-vos tocar na bateria dele, provavelmente, é canhoto.

Mesmo assim, há muitos bateristas que se adaptaram em tocar com a bateria configurada para direitos e não se nota dificuldade nenhuma. Como o Carter Beauford, da Dave Matthews Band, que toca sem cruzar as mãos na tarola e nos pratos de choque.

Instrumentos para as duas mãos

Existem muitos instrumentos que não dependem realmente da predominância de capacidade motora fina de uma ou outra mão. Os instrumentos de percussão no geral não levantam problemas, sendo tocados com ambas as mãos.

O piano é um instrumento tocado igualmente por destros e esquerdinos, havendo talvez uma necessidade de adaptação já natural em quem está habituado a ver o mundo em contracorrente: para baixo é do lado esquerdo, para cima é do lado direito.

Os instrumentos de sopro são também bastante democráticos, com a sua configuração a não exigir maior domínio de uma das mãos, mas das duas. Saxofones, trompetes, tubas, podem ser tocados por todos, independentemente da mão dominante. Só a trompa é que destoa e reforça a teoria da conspiração que referimos antes: é feita para ser tocada à esquerda.

Talvez o instrumento mais ambivalente, em que tanto faz ser destro ou esquerdino, é a harpa. É um dos instrumentos mais antigos e a sua configuração completamente simétrica permite classificá-la como ambidestra.

Instrumentos para a esquerda e para a direita

Como vêem, há algumas diferenças, mas nada que não se resolva com um instrumento dedicado para canhotos. O importante para qualquer músico, seja qual for a mão dominante, é que se sinta confortável e consiga adaptar-se ao instrumento e configurá-lo ao seu gosto e necessidade.

Até porque não se toca música só com as mãos, mas com o corpo todo.

No Salão Musical de Lisboa temos instrumentos para esquerdinos, destros e ambidestros. Se estiverem com dificuldades em encontrar o que precisam, falem connosco, nós damos uma mãozinha.

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