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À descoberta do violoncelo

Publicado por2018-02-09 por 10054
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É preciso algum arcaboiço para tocar violoncelo. Se não acreditam, imaginem o que é andar de transportes públicos com um às costas? A vida só é mais complicada para contrabaixistas que, mesmo assim, ainda podem fazer uma canoa da caixa em caso de dilúvio.

É preciso algum arcaboiço para tocar violoncelo. Se não acreditam, imaginem o que é andar de transportes públicos com um às costas? A vida só é mais complicada para contrabaixistas que, mesmo assim, ainda podem fazer uma canoa da caixa em caso de dilúvio.

O violoncelo é o elemento sério e ponderado dos instrumentos de cordas, o irmão mais velho que mantém a compostura na estridência enérgica dos violinos. Se calhar é por isso que Bach adorava o violoncelo e fez dele um instrumento fulcral na sua obra, já que velho João Sebastião era também uma pessoa com um andamento propenso à reflexão e ponderação. As suas Suites para Violoncelo são das obras mais importantes da música clássica e um dos cânones para qualquer violoncelista, desculpem o trocadilho (só a malta que leva isto a sério é que vai perceber esta).

Mas como já devem estar fartos do Bach, vejam esta interpretação de Jacqueline du Pré do Concerto para Violoncelo em Mi Menor, Op.85, de Elgar. Se não conhecem a senhora du Pré, recomendamos que pesquisem um pouco, foi uma das maiores executantes do século XX deste instrumento.

Enquanto ouvem este belíssimo concerto, fiquem também a saber que Portugal tem uma longa tradição no violoncelo. Guilhermina Suggia era, no início do século passado, a maior violoncelista do seu tempo. Encontrou-se com Pablo Casals (o maior do seu tempo), com quem fez tournées e teve uma relação muito para além da música. Há um documentário sobre esta mulher incrível e tão esquecida que devem ver sem falta.

E há também, espalhadas pela net, algumas gravações raras de Guilhermina Suggia.

Se não acreditam que é duro tocar violoncelo, fiquem a saber que o braço deste instrumento tem uma inclinação extra para trás obrigando o violoncelista a exercer maior força nas cordas para produzir um volume mais alto e competir com os outros instrumentos numa orquestra.

E se, por acaso forem perseguidos por bullies, imaginem nas vantagens em correr com uma caixa de violino ou de flauta, em vez de uma de violoncelo. Nos anos 90, esse problema não se punha porque o violoncelo era fixe e podia fazer parte de uma banda rock, apesar de ter sido sempre utilizado em orquestrações - os Beatles sob os comandos de Sir George Martin fizeram-no nas famosas “Eleanor Rigby” e “Strawberry Fields Forever”.

Depois surgiram bandas como os Apocalyptica que levaram o ponderado violoncelo para os mosh pits de festivais, e estes 2 Cellos que levaram o mosh pit para as salas clássicas (mais ou menos, não há ali uma peruca que se despenteie).

Como podem ver, o violoncelo tem as costas largas, assim como as de quem o toca. Se acham que estamos a exagerar, ouçam o que diz Mstislav Rostropovich no início deste documentário (e vejam-no até ao fim, vale mesmo a pena), para ver se não temos razão.

O violoncelo é dos instrumentos mais versáteis que podemos encontrar, não só pela sua elasticidade estética que pode encaixar em qualquer estilo, mas também pela sua abrangência de escala que lhe permite ser tocado em três claves.

E não o considerem como um instrumento clássico ou um mero apoio para a pop. Foi usado na música mais avant garde da história, e no cruzamento de géneros. Um excelente exemplo é Arthur Russel que, antes de se virar para a música eletrónica para pistas de dança era fundamentalmente um violoncelista.

Se vos convencemos a apreciar melhor este instrumento, vejam os violoncelos que temos para vocês no Salão Musical de Lisboa e façam-nos uma visita.

Tag: violoncelo
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