Delay na guitarra: tipos, usos e músicas que usam este efeito
Salão Musical de Lisboa Loja de instrumentos musicais desde 1958
Salão Musical de Lisboa Loja de instrumentos musicais desde 1958

Usamos cookies para lhe proporcionar uma melhor experiência. Ao navegar com os cookies ativos consente a sua utilização.

Configuração de cookies

Costumização
  • Cookies de terceiros para fins analíticos.
  • Mostre recomendações personalizadas com base na sua navegação em outros sites.
  • Mostre campanhas personalizadas em outros sites.
Funcional (obrigatório)
  • Necessário para navegar neste site e usar suas funções.
  • Identifique você como um usuário e armazene suas preferências, como idioma e moeda.
  • Personalize sua experiência com base em sua navegação.

Delay na guitarra: tipos, usos e músicas que usam este efeito

Publicado por2025-09-12 por 13
Guardar

Descubram o que é o delay, que tipos de delay existem e como podem usar este efeito na vossa guitarra

O delay é um dos efeitos mais expressivos disponíveis no arsenal de efeitos dos guitarristas. É um efeito muito versátil, capaz de criar ambientes, reforçar o groove, duplicar notas para harmonizações ou transformar uma melodia simples numa paisagem sonora rica. Mas sabiam que existem vários tipos de delay, cada um com um carácter próprio?

Neste artigo explicamos como funciona o delay, quais os tipos mais comuns e como cada um pode ser usado. Incluímos também exemplos de músicas conhecidas em que o delay é protagonista, para poderem ouvir as diferenças e aplicar nas vossas próprias criações.

Vamos lá-lá-lá-lá (é um cliché, mas tinha que ser feito).

ÍNDICE

O que é o delay?

Como funciona um efeito de delay

Parâmetros principais de um pedal de delay

Como ligar o pedal de delay ao amplificador

Tipos de delay mais usados na guitarra

Delay digital vs Delay analógico

Tape Delay

Slapback delay: curto e eficaz

Ping-pong delay: estéreo dinâmico

Outros tipos de Delay

Músicas com Delay

Welcome to the Jungle - Guns’n Roses

Elvis Presley – Mystery Train

The Police – Walking on the Moon

U2 – Where the Streets Have No Name

David Bowie – Let’s Dance

Notas finais

O que é o delay?

O delay é um efeito que grava o vosso som e o reproduz após um atraso (delay) no tempo. Pode ser quase impercetível, como um ligeiro eco, ou tornar-se parte central do som que estão a produzir.

O tempo entre o som original e a repetição (delay time), o número de repetições (feedback) e o volume dessas repetições (mix) são os principais parâmetros que controlam.

Como funciona um efeito de delay

O delay é um dos efeitos mais usados pelos guitarristas, porque consegue transformar um som simples em algo muito mais envolvente. Na prática, o que acontece é bastante simples: o pedal ou unidade de delay grava uma pequena parte do vosso sinal e reproduz essa gravação passado um determinado intervalo de tempo.

Esse intervalo pode ser curtíssimo, criando uma sensação de espaço e profundidade, ou mais longo, originando ecos bem definidos, quase como se estivessem a tocar numa montanha ou numa grande sala. Cada repetição pode ser programada para ir soando cada vez mais baixa, o que cria aquele efeito em cascata tão característico.

No final, o segredo está em misturar o som original da guitarra com o som atrasado. É esta combinação que dá vida ao efeito e o torna tão versátil, tanto em solos como em acompanhamentos.

Em resumo:

  1. Gravação: A unidade de delay grava uma parte do sinal de áudio de entrada.
  2. Reprodução: Após um tempo de atraso definido, o sinal gravado é reproduzido.
  3. Repetição: Este processo pode ser repetido, com cada reprodução a soar progressivamente mais baixa, criando um efeito de eco em cascata.
  4. Mistura: Os sinais com delay são misturados com o sinal original (dry) para criar o som final.

Parâmetros principais de um pedal de delay

Quando olham para um pedal de delay, encontram normalmente três controlos essenciais: o tempo entre o som original e a repetição (delay time), o número de repetições (feedback) e o volume dessas repetições (mix).

Delay Time (tempo de delay): Define o intervalo entre o som original e a sua primeira repetição.

Feedback: Controla o número de repetições: valores baixos dão um único eco, valores altos criam um efeito quase infinito.

Mix (ou Wet/Dry): permite escolher a proporção entre o som limpo da guitarra e o som com delay. É aqui que podem decidir se querem um eco subtil que apenas dê uma cor ao timbre ou uma parede de repetições que se torna parte central da música.

Os pedais digitais têm mais opções, mas este é o funcionamento básico do delay.

Como ligar o pedal de delay ao amplificador

Têm duas opções para ligar o pedal de delay ao vosso amplificador: diretamente no input, ou ao canal de loop de efeitos.

Como usar o loop de efeitos do amplificador

A primeira significa apenas colocá-lo entre a guitarra e a entrada do amp, como fariam com qualquer outro pedal. Esta é a forma mais simples e funciona bem para quem toca em casa ou em ensaios, embora o delay fique sujeito à distorção e equalização do pré-amplificador.

A segunda opção é usar o loop de efeitos do amplificador. Neste caso, o delay é colocado entre o pré-amp e o power amp, o que permite que as repetições soem mais limpas e definidas, mesmo que estejam a usar distorção no canal principal. É a ligação preferida de muitos guitarristas quando querem manter clareza e controlo sobre o efeito.

O DD-3 da BOSS permite até separar o sinal limpo do de delay para poderem usar num setup Wet/Dry. Saibam o que é um Wet/Dry Rig de guitarra e como funciona.

O melhor é ver como se faz e como funcionam os controlos.

Tipos de delay mais usados na guitarra

Delay digital vs Delay analógico

Temos que começar por dividir o delay em dois tipos principais: o digital e o analógico.

O delay analógico tem um som quente e orgânico, em que as repetições são suaves e menos definidas. O som vai-se degradando a cada repetição, o que dá um carácter natural e musical. Funciona muito bem para solos atmosféricos ou ritmos discretos.

O delay digital é mais claro e preciso e é perfeito quando queremos dar mais destaque ao efeito. Este tipo de delay repete exatamente o som original. É ideal para quem quer clareza, tempos longos ou subdivisões rítmicas exactas. Muitos delays digitais oferecem mais funções como guardar presets ou usar tap tempo para uma sincronização mais precisa.

Boss
DD-3T Digital Delay no Salão Musical

Boss DD-3T Digital Delay no Salão Musical

Tape Delay

Inspirado nas antigas máquinas de gravação de fita, o tape delay acrescenta modulação, flutuação de pitch e degradação sonora às repetições. É perfeito para timbres vintage, ambiências psicadélicas ou sons de cariz mais cinemático. O BOSS DD-500 simula essas características na perfeição, até à flutuação (flutter) do som criado pela degradação da fita.

Slapback delay: curto e eficaz

Um slapback delay cria um eco rápido e singular, adicionando um toque vintage e mais corpo ao som. Muito usado no rockabilly, country e blues, este delay tem um único eco curto (cerca de 80 a 150 ms), dando vida e presença à guitarra sem ocupar demasiado espaço na mistura. É muito ouvido na voz dos clássicos de Elvis Presley e foi um dos elementos que surgiram nos estúdios da Sun Records, de Sam Phillips.

Conheçam os estúdios míticos da história da música

Para obter este efeito, devem configurar o vosso pedal de delay com um tempo curto (cerca de 50 a 200 milissegundos), feedback no mínimo (para apenas uma repetição) e ajustar o nível de mistura a gosto, de modo a que o eco nítido siga imediatamente a nota original, sem se transformar numa sucessão de repetições.

Como definir o slapback delay:

  • Tempo do delay: entre 50 e 200 milissegundos, para criar um eco rápido e distinto.
  • Feedback: no valor mínimo, garantindo apenas uma repetição clara.
  • Mix/Level: ajustem conforme preferirem, de modo a que o eco dê corpo e espaço sem se sobrepor ao som original.

Onde podem ouvi-lo:

  • Rockabilly: o slapback delay nasceu nos anos 50, usado em guitarras e vozes principais em temas como “Race with the Devil” de Gene Vincent, nos clássicos de Elvis Presley, sendo um som que marcou essa era da música.
  • Rock clássico e blues: acrescenta um som encorpado e vintage, fazendo a guitarra soar maior e mais presente.
  • Música moderna: usado para dar caráter e profundidade a guitarras solo em estilos que vão do rock ao punk. É também um efeito muito usado para dar mais vida à voz.

Electro-Harmonix
Pico Canyon Echo no Salão Musical

Electro-Harmonix Pico Canyon Echo no Salão Musical

Ping-pong delay: estéreo dinâmico

Este efeito cria um efeito estéreo amplo. Ideal para guitarras limpas com espaço no mix final das vossas canções, e também para usar com dois amplificadores.

As repetições do delay são regulares, mas alternam entre o canal esquerdo e o direito, criando a sensação de que o som “salta” de um lado para o outro.

Se ligarem a guitarra a um amplificador tradicional, o ping pong delay não vai ter esse movimento. O efeito transforma-se num delay normal, sem a percepção do vaivém entre canais.

É por isso que este tipo de delay só mostra todo o seu potencial em setups com duas colunas, em amplificação estéreo ou em ambiente de estúdio. Nessas situações, cria um espaço amplo e envolvente, ideal para guitarras que precisam de preencher a mistura sem perder definição.

Aqui fica um exemplo, que será melhor apreciado com headphones.

Outros tipos de Delay

Com o digital é possível criar novas variações para o clássico efeito de delay. O DD-8 da BOSS tem uma série de modos que vão do tradicional ao reverse delay:

Analog – recria o som quente e orgânico dos delays analógicos BBD, com repetições ligeiramente esbatidas que evocam o espírito dos pedais clássicos.

Standard – delay digital preciso e definido, perfeito para quem procura clareza e controlo total sobre cada repetição.

Tape – inspirado nos lendários delays de fita, oferece um som vintage, cheio de carácter, com ligeiras variações que trazem vida às repetições.

Warm – delay digital com resposta mais suave, pensado para quem quer um eco presente, mas menos agressivo, ideal para baladas e ambientes envolventes.

Reverse – inverte o som do delay e cria texturas psicadélicas, dando origem a ambientes únicos que transformam qualquer riff numa viagem sonora.

+RV – combina delay digital com reverb integrado, expandindo o espaço e criando atmosferas mais amplas e envolventes.

Shimmer – adiciona alteração de pitch às repetições, resultando em texturas etéreas e brilhantes que elevam o som a uma dimensão quase celestial.

Mod – introduz modulação nas repetições, dando movimento e profundidade, perfeito para quem gosta de ambiências espaciais e sons mais experimentais.

Warp – modo expressivo que responde ao pedal. Ao manterem o interruptor pressionado, o feedback e o nível aumentam, criando camadas densas e efeitos ambientais dramáticos.

GLT – um modo mais recente, que gera efeitos glitchy e quase rítmicos, lembrando rajadas de metralhadora. Ajustar Feedback e Tempo permite explorar desde texturas discretas até caos controlado.

Loop – funciona como gravador de frases, com overdub e até 40 segundos de gravação em mono (20 em estéreo). Ideal para criar camadas e explorar ideias melódicas em tempo real.

Podem ver estes modos em ação neste vídeo.

Vejam Qual é a diferença entre delay, reverb e chorus?

Boss
DD-8 Digital Delay no Salão Musical

Boss DD-8 Digital Delay no Salão Musical

Músicas com Delay

São tantos os clássicos que usam o delay como som de marca que o difícil é fazer uma lista curta. Vamos começar por uma das introduções mais famosas de sempre, que se distingue pelo uso deste efeito.

Welcome to the Jungle - Guns’n Roses

O riff inicial desta canção não seria o mesmo sem o delay. É a prova como o delay oferece ritmo e tensão, se for bem usado.

Elvis Presley – Mystery Train

Com Scotty Moore na guitarra e Sam Phillips na produção, este tema é um dos primeiros exemplos de slapback delay no rock’n’roll. O eco curto e seco do seu EchoSonic definia o som do rockabilly, dando corpo e ritmo às linhas de guitarra.

The Police – Walking on the Moon

Andy Summers usava o delay como parte da composição dos temas dos The Police. O efeito dava espaço às suas guitarras limpas, criando a atmosfera etérea que tornou esta canção um clássico, para além de a desmultiplicar ao ponto de parecerem várias guitarras..

U2 – Where the Streets Have No Name

Falar de delay sem falar do guitarrista dos U2 é impossível. The Edge transformou o delay num instrumento dentro do instrumento. Os seus padrões rítmicos com repetições em colcheia criam a ilusão de várias guitarras a tocar em simultâneo, definindo o som épico dos U2.

David Bowie – Let’s Dance

Nile Rodgers usou delay para dar balanço à guitarra rítmica, com dois tempos diferentes em estéreo que criaram um groove contagiante. Foi esse detalhe de estúdio que ajudou a transformar o tema num dos maiores sucessos da pop.

Outros guitarristas conhecidos pelo seu uso do delay são David Gilmour, que encheu discos dos Pink Floyd com Echoes deste efeito (mais uma piada irresistível), Tom Morello nos seus riffs com os Rage Against the Machine e os Audioslave, East Bay Ray que usava o delay como um efeito fundamental para o som dos Dead Kennedy’s, Eric Johnson, Steve Vai, Brian May, entre tantos outros que sabem usar as repetições em favor das suas composições.

Notas finais

Sem querermos repetir-nos, o delay é um efeito fascinante e versátil capaz de dar outra dimensão às vossas ideias musicais. Bem usado, pode dar um novo balanço ou textura ao riff mais desinteressante, e é capaz de ser a base da carreira musical de alguns músicos que o souberam usar.

O Salão Musical tem pedais e pedaleiras de Delay e outros efeitos para darem novos sons à vossa música. Não se atrasem, visitem a nossa loja para ver os pedais que temos no nosso catálogo.

Tag: delay
Deixar um comentário
Deixar comentário
Faça login para inserir um comentário
Salão Musical de Lisboa Loja de instrumentos musicais desde 1958

Salão Musical de Lisboa

Partilhar

Crie uma conta gratuita para guardar produtos favoritos.

Registar